sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Déficit de atenção e hiperatividade: importância do uso de medicação e mitos

Artigo extraído da Veja.com, publicado em 17/02/2010;

As vendas de metilfenidato - medicamento indicado para o tratamento de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) – saltaram quase 80% entre 2004 e 2008, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O aumento provocou suspeitas de uso indiscriminado da droga: levantou-se até a hipótese de que crianças receberiam erroneamente o diagnóstico positivo por conta do comportamento agitado. Além disso, adolescentes estariam obtendo o remédio tarja-preta clandestinamente para turbinar suas funções cognitivas.

Especialistas ouvidos apostaram justamente na tese contrária: "Configura-se mais um caso de subdiagnóstico do que de prescrição exagerada", afirma Luís Rohde, psiquiatra da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). "Esse fenômeno de vendas mal corresponde à necessidade real do país", complementa Paulo Mattos, psiquiatra da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e autor do livro sobre o tema No Mundo da Lua. A partir de dados da Anvisa e do IBGE, o médico diz que menos de 30.000 pessoas com TDAH são tratadas por ano no país - número baixo, frente aos 3 milhões de brasileiros potencialmente portadores.

Por essa razão, os especialistas preferem creditar a disparada no consumo à disseminação do conhecimento sobre o distúrbio neuropsiquiátrico - que atinge entre 3% e 6% das crianças em idade escolar. "Quanto maior a gama de informações, capacitação e esclarecimento acerca de um transtorno, mais pessoas procuram um diagnóstico. Isso faz com que aumente a incidência do uso da medicação", afirma Iane Kestelman, psicóloga e presidente da Associação Brasileira de Déficit de Atenção.

Diagnóstico difícil - A opinião dos médicos, contudo, não encerra a questão. "De fato, existem diagnósticos errados e o uso desnecessário da medicação - o que ocorre em todas as áreas medicina. Mas o tratamento correto não pode pagar a conta dos maus profissionais", afirma Kestelman.

Na raiz do problema está a dificuldade no diagnóstico de TDAH. Ao contrário de outros males, não há um exame laboratorial que possa complementar ou confirmar a análise realizada em consultório. Para descobrir se uma criança possui o transtorno, é preciso observar se os sintomas ocorrem há pelo menos seis meses em ambientes diferentes, como escola e família. Além disso, o médico especialista deve, por meio de entrevista, analisar se o perfil do paciente se encaixa em uma lista de 18 sintomas. Isso pode dar margem a que um médico menos experiente realize um diagnóstico exagerado.

"Os sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade têm que se manifestar em todos os contextos em que a criança vive e precisam provocar um prejuízo na vida dela, seja no relacionamento familiar, social ou no desempenho acadêmico", explica Marcos Arruda, neurologista pediátrico do Instituto Glia e membro da Associação de Neurologia e Psiquiatria Infantil.

Erro e acerto - Por conta de um diagnóstico errado, o designer Gabriel (que prefere não revelar seu nome verdadeiro) viveu severas turbulências durante boa parte da vida. "Minha infância e adolescência foram um inferno. Mais tarde, cheguei a largar a faculdade três vezes devido ao problema", conta. Sofrendo, ele procurou um médico, que apresentou o diagnóstico de transtorno bipolar e impôs ao jovem, hoje com 27 anos, três anos de tratamento intensivo com remédios para combater aquele mal.

Há dois anos, porém, veio um novo veredito: TDAH. Veio também uma nova vida. "Agora, faço em 15 minutos uma tarefa que, por conta de distração, levaria uma hora", diz Gabriel.

Surpresa maior acerca da sua situação médica estaria por vir. Depois do novo diagnóstico, a mãe de Gabriel revelou que ele recebera o mesmo parecer médico na infância. O tratamento, contudo, foi suspenso devido a pressões na escola. "Naquela época, a diretora repreendeu minha mãe porque não achava correto dar um remédio tarja-preta para uma criança", diz Gabriel. "Ela só me contou a história depois do novo diagnóstico: até então, ela tinha vergonha de revelar isso."

Como funciona a droga - A Ritalina, nome comercial do metilfenidato, ajuda pessoas com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade a se concentrar com mais facilidade. "Um paciente com TDAH tem seu processo de atenção desregulado na liberação de dopamina (neurotransmissor)", diz Geraldo Possendoro, psiquiatra comportamental da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). "A medicação estabelece o funcionamento adequado."

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A importância do brincar na aprendizagem e no desenvolvimento infantil

A criança tem prazer em brincar, o que estimula sua criatividade e constrói sua identidade própria. Esta é uma das formas mais espontâneas de as crianças poderem manter um contato melhor com a realidade em que estão inseridas. É brincando também que se aprende com prazer. A brincadeira é a fase mais alta do desenvolvimento da criança, é através das brincadeiras e dos jogos que as crianças expressam o que estão sentindo, como elas enxergam o mundo, procuram entender o mundo dos adultos e também evoluem por intermédio de suas próprias brincadeiras e das invenções das brincadeiras feitas por outras crianças e pessoas adultas. Além disso, com estimulação adequada, desenvolvem sua autonomia, criatividade, iniciativa, senso crítico e responsabilidade, tornando-se pessoa, cultivando a autoestima, desenvolvendo um autoconceito positivo, dominando as angústias e proporcionando condições saudáveis para o seu desenvolvimento biopsicossocial.

As primeiras brincadeiras do bebê, que são caracterizadas pela observação e posterior manipulação de objetos, oferecem à criança o conhecimento e a exploração do seu meio através dos órgãos dos sentidos. Logo que a criança começa a falar os jogos de exercícios começam a diminuir e dão espaço aos jogos simbólicos. Próximo ao final desta fase, os jogos simbólicos começam a declinar porque passam a aproximar-se cada vez mais do real. O símbolo perde seu caráter de deformação lúdica e passa a ser uma representação imitativa da realidade. Inicia-se então a estrutura dos jogos de regras, que têm um ponto de partida próximo aos 6 anos e vai até o princípio da adolescência. Para Vygotsky, todas as modalidades de brincadeiras estão inseridas de regras e de faz-de-conta. As regras de uma brincadeira ou jogo estão intimamente ligadas ao conhecimento que as crianças têm da realidade social na qual estão inseridas.

A brincadeira, mesmo sendo livre e não estruturada, possui regras que conduzem o comportamento das crianças. Uma criança que brinca de ser a mamãe com suas bonecas assume comportamentos e posturas pré-estabelecidas pelo seu conhecimento de figura materna. As regras são então partes integrantes do jogo simbólico, já que a criança ensaia comportamentos e papéis, projeta-se em atividades dos adultos, ensaia atitudes, valores, hábitos e situações para os quais não está preparada na vida real. Além disso, de uma forma geral, durante o brincar, a criança vai adquirindo um saber físico e mental, onde ela poderá imaginar, refletir e raciocinar, dando-lhe um prazer da realização da ação.

O jogo pode ser uma forma espontânea para a resolução dos problemas e dificuldades presentes no seu meio, por oferecer situações para se trabalhar a oralidade, a timidez e o raciocínio sem causar frustrações angustiantes, e para isso deve ser conduzido com sabedoria, respeitado as limitações que cada criança apresenta, para surtir um resultado consideravelmente eficaz. Contudo, o jogo deve fornecer regras claras e ter objetivos bem definidos, além, de ter um caráter desafiador e interessante, para atingir um grau elevado de significação e permitir que as crianças se interajam.

Os jogos são importantes na vida de uma criança, pois com eles, há o objetivo de se obter prazer, sendo que não é apenas uma fonte de diversão, mas também propicia situações que podem ser exploradas de diversas maneiras educativas, para isso, quem irá desenvolvê-lo deverá ter objetivos claros e fazer um planejamento prévio. Os jogos se bem aplicados, podem desenvolver a inteligência, funcionamento cognitivo (memória, atenção, visuopercepção, visuoconstrução...), pré requisitos para alfabetização (esquema corporal, coordenação motora fina e grossa, habilidades visuais, auditivas, inserção de regras...), habilidades artísticas e estéticas, afetividade, vivência de regras éticas e o relacionamento social. Existem diversos jogos e atividades que serão citadas em outro artigo, já que este, não tem este objetivo. Dando continuidade ao que estava sendo tratado, o pensamento vem, portanto, da atividade. As atividades envolvidas no processo de aprendizagem são observações, experimentação, reflexão, organização (através da fala, escrita, desenho, movimento) e apresentação do conhecimento adquirido. É a partir desta perspectiva mais abrangente do processo de constituição do indivíduo como ser social, afetivo e cognoscente que devemos pensar o papel do jogo e da brincadeira na aprendizagem. Para atingir as metas que se deseja alcançar na aprendizagem, deve-se realizar um planejamento bem feito, com práticas pedagógicas elaboradas para vencer um jogo, avaliando cada uma das ações, de acordo com a complexidade e número de jogadores envolvidos. Deve-se observar também que cada jogador possui habilidades e limitações e o educador deve estar atento, variando assim os objetivos a serem alcançados. O jogo leva a criança ao convívio com regras, que podem ocorrer de formas diferentes dependendo da fase de desenvolvimento em que a criança se encontra: Em um primeiro momento, a criança desconhece e não consegue seguir as regras (2 aos 5 anos). No estágio seguinte a criança começa a perceber regras externas e procura imitá-las, como uma atitude de respeito. No terceiro estágio, que acontece (a partir dos 10 anos), a regra do jogo se apresenta à criança não mais como uma lei exterior, sagrada, mas como resultado de uma livre decisão e como digna de respeito na medida em que é mutuamente consentida.

Para Piaget, o conhecimento não é um estado, o conhecimento é essencialmente a passagem de um nível de menor conhecimento para um outro de conhecimento mais amplo, motivo pelo qual, ocorre seu desenvolvimento. Assim, a construção intelectual do indivíduo, provém da interação coletiva. O conhecimento é construído pela criança através da interação com o meio. Para conhecer a sua realidade, a criança precisa interar-se com os objetos que a rodeiam.

Consta nas obras de Piaget que na pré-escola, por exemplo, o raciocínio lógico ainda não é suficiente para que a criança dê explicações coerentes a respeito de certas coisas. O poder de fantasiar ainda prepondera sobre o poder de explicar. Então, pelo jogo simbólico, a criança exercita não só sua capacidade de pensar, ou seja, representar simbolicamente suas ações (transforma em pai e mãe, seus bonecos ou diz que uma cadeira é um trem), mas também, suas habilidades motoras, já que salta, corre, gira, transporta, rola, empurra. Este brincar é importante para seu desenvolvimento cognitivo e para o equilíbrio emocional.

O jogo pode ser utilizado ainda, como um recurso pedagógico na alfabetização, pois garante o interesse da criança pelas atividades propostas, fazem com que as mesmas explorem os objetos que as cercam, melhoram sua agilidade física, experimentam seus sentidos e desenvolvem seu pensamento.

A escola exerce um papel fundamental na criação e recriação de pensamentos e percepções, por induzir à aprendizagem, proporcionando-lhes atribuir significado a tudo que os cercam de forma consciente, para que possam enfrentar e resolver os seus problemas.

Em suma, em relação ao desenvolvimento infantil, o brincar pode ser utilizado como uma ferramenta para estimular déficits e dificuldades encontradas em alguns aspectos desenvolvimentais. No que se refere à aprendizagem, utilizar a brincadeira como um recurso é aproveitar a motivação interna que as crianças têm para tal comportamento e tornar a aprendizagem de conteúdos escolares mais atraente.

O jogo é o caminho mais eficiente para a criança conhecer a sua realidade, construir a sua aprendizagem e aperfeiçoar as suas culturas, através da interação com o próximo; além de estimular a valorizar e aceitar o outro como ele é e estruturar sua autoconfiança, com plena satisfação nas trocas recíprocas de experiências. Cabe aos profissionais da educação conhecer o processo de desenvolvimento infantil e repensarem em suas ações para que possam promover um ensino – aprendizagem de qualidade.



terça-feira, 31 de agosto de 2010

Síndrome do Pânico

O Transtorno do pânico é um distúrbio de ansiedade importante caracterizado por sintomas reais físicos e psicológicos, como medos irracionais (chamados fobias) de situações específicas que começam a ser evitadas. Gradativamente o nível de ansiedade e o medo nas crise podem atingir proporções tais, que a pessoa com o transtorno do pânico pode se tornar incapaz de dirigir ou mesmo pôr o pé fora de casa. Desta forma, o distúrbio do pânico pode ter um impacto tão grande na vida cotidiana de uma pessoa como outras doenças mais graves - a menos que ela receba tratamento eficaz e seja compreendida pelos demais.



Nos últimos tempos, um grande número de pessoas vêm sendo afetadas por esse terrível mal. Trata-se de uma situação limite, sempre relatada de forma extremamente dramática pelas pessoas que vivenciaram ou que ainda vivenciam tal situação.



Em se tratando das questões neurobiológicas, o cérebro produz substâncias chamadas neurotransmissores que são responsáveis pela comunicação que ocorre entre os neurônios (células do sistema nervoso). Estas comunicações formam mensagens que irão determinar a execução de todas as atividades físicas e mentais de nosso organismo (ex: andar, pensar, memorizar, etc). Um desequilíbrio na produção destes neurotransmissores pode levar algumas partes do cérebro a transmitir informações e comandos incorretos. Isto é exatamente o que ocorre em uma crise de pânico: existe uma informação incorreta alertando e preparando o organismo para uma ameaça ou perigo que na realidade não existe. É como se tivéssemos um despertador que passa a tocar o alarme em horas totalmente inapropriadas. No caso do Transtorno do Pânico os neurotransmissores que encontram-se em desequilíbrio são: a serotonina e a noradrenalina.



Os sintomas físicos podem durar minutos e aparecem subitamente, sem nenhuma causa “aparente”, podem ser eles:



• Contração / tensão muscular



• Taquicardia (o coração dispara)



• Tontura, atordoamento, náusea



• Dificuldade de respirar (boca seca)



• Sudorese



• Sensação de que algo horrível está prestes a



• Medo de perder o controle



• Medo de morrer



• Vertigens



A cura não se dá de forma espontânea, pois necessita de um tratamento específico e especializado para que seja eficaz, associando psicoterapia e medicamentos.



O Transtorno do Pânico não é loucura, nem "frescura". Devemos compreender o que a pessoa passa; levando bem-estar e tranquilidade



De qualquer forma, antes de mais nada, consulte um médico para ter certeza de que não há nenhum problema real de saúde!!!



Com a confirmação de boa saúde, procure um psicólogo e cuide de sua saúde mental!!!

sábado, 28 de agosto de 2010

Universidades com vestibular diferenciado para os Disléxicos

Atualmente os alunos diagnosticados como disléxicos poderão ter oportunidade e igualdade na aquisição dos conhecimentos, devido a compreensão do distúrbio.

As Universidade como Mackenzie, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e a Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, já possuem vestibular diferenciado para os disléxicos.

"Uma pessoa lê a prova e depois passa o resultado para o gabarito. Devido a dificuldade com a escrita, o candidato dita a redação porque oralmente ele não tem problema nenhum. São coisas simples de fazer, mas que fazem muita diferença para um disléxico", diz Rosemari Marquette de Melo, presidente da Associação Brasileira de Dislexia. Segundo ela, na Europa e Estados Unidos, todos os alunos disléxicos têm, por lei, o direito a um computador com corretor ortográfico e mais tempo para fazer os exames, além de poderem optar pelo exame oral.

"É isso que queremos que seja adotado no Brasil. Que a escola dê o suporte para a aprendizagem. Existe a Lei da Inclusão, mas ela é insuficiente nesses casos", aponta. Outra demanda da Associação Brasileira de Disléxicos é que os concursos e a prova para obter a carteira de habilitação de motorista levem em conta as especificidades dos disléxicos. A pessoa pode fazer a mesma prova, só precisa de um pouco mais de tempo e uma assistência que não comprometa o processo de seleção", afirma.

Segundo ela, o Ministério da Educação (MEC) criou um grupo de trabalho para debater o assunto e a expectativa da Associação Brasileira de Dislexia é que em 2010 um projeto de lei seja encaminhado ao Congresso Nacional. "A dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição sócioeconômica ou baixa inteligência. Os disléxicos só precisam de apoio". (ABD)

Ofício do MEC em relação aos alunos disléxicos ou com outras disfunções específicas

Extraído do Ofício nº 525 / MEC / SEESP / GAB - Brasília, 18 de agosto de 2003:

“De acordo com as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, a ação da Educação Especial tem como abrangência não apenas as dificuldades de aprendizagem relacionadas a condições, disfunções, limitações e deficiências, mas também aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica, considerando que, por dificuldades cognitivas, psicomotoras e de comportamento, alunos são freqüentemente negligenciados ou mesmo excluídos de apoios escolares.

O quadro das dificuldades de aprendizagem “absorve uma diversidade de necessidades educacionais, associadas à dificuldades específicas de aprendizagem, como a dislexia e disfunções correlatas, problemas de atenção, perceptivos, emocionas...”

Podemos destacar ainda em relação às Diretrizes Nacionais da Educação Especial na Educação Básica em que diz:
- Art. 8º: as escolas regulares devem prever e prover na organização de suas classes comuns, serviços de apoio pedagógico especializado em sala de recursos para atender às necessidades educacionais especiais dos alunos, utilizando procedimentos, equipamentos e materiais específicos. Além disso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/96) no seu art.59, inciso I, enfatiza que: “os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades."

Em se tratando de alunos disléxicos, a escola em sua proposta pedagógica, deve prever avaliação individualizada de mecanismos diferenciados que facilitem esse processo, assim como permitir que o professor trabalhe com o aluno de forma diferenciada, observando suas necessidades e identificando adaptações que favoreçam o seu aprendizado.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Compreendendo a Adolescência

Devido às alterações hormonais, a adolescência é o período da vida do indivíduo em que ocorrem transformações corporais mais aparentes tanto na menina (menstruação, o aumento dos pelos pubianos, crescimento dos seios) quanto no menino (alteração da tonalidade da voz, o aumento dos pelos pubianos) e não são só essas transformações que afetam a vida da família e dos adolescentes, há ainda o lado emocional. Os adolescentes normalmente têm oscilações de sentimentos como ódio e amor, buscam por identificação, necessitando cada vez menos da ajuda dos adultos (o que frustra muitas vezes os pais). Há ainda a questão da cobrança de maior responsabilidade no meio social e familiar; como a escolha profissional, as tentativas de lidar com os sentimentos em relação ao sexo oposto, a vontade de conhecer intensamente o mundo, a instabilidade emocional, a implicância, a contestação diante de fatos da vida e principalmente o sentimento de não saber se ainda é criança ou adulto, já que muitas vezes o tratam como crianças e o cobram como adultos.
Diante de um corpo em mutação, os adolescentes precisam construir uma nova identidade e afirmar seu lugar no mundo. Desta forma, por trás de manifestações tão distintas quanto rebeldia ou isolamento, há inúmeros processos psicológicos para organizar um turbilhão de sensações e sentimentos. A adolescência é como um renascimento, marcado, dessa vez, pela revisão de tudo que foi vivido na infância. É como um ajuste de sentimentos. É na puberdade que o jovem reconstrói seu universo interno e cria relações com o mundo externo.

Os pais estranham muitas vezes e até ficam magoados, sentindo não fazer mais parte da vida de seus filhos, já que os adolescentes tendem a se afastaram um pouco e às vezes muito deles. Isso também é algo normal, já que os adolescentes procuram identificação com outros modelos que não os pais (que foram modelo em toda sua infância). Agora eles necessitam mudar, já que seu corpo e mente também mudaram. Normalmente os adolescentes buscam grupos de amigos que tenham os mesmos interesses, os mesmos gostos e desejos. A identificação poderá ser positiva para o adolescente, trazer crescimento e estruturação interna, mas também pode ser negativa, sobretudo quando a relação com o grupo é de grande dependência. No final da adolescência o jovem obtém uma identidade realizada e ele será capaz de sentir perceber-se como ser total. É de extrema importância que desde a infância, estes adolescentes tenham sido orientados quanto a posturas e comportamentos adequados para que neste período as coisas não “saiam do normal”. Questões como drogas, relacionamento, sexo, regras sociais, entre outras, devem ser abordadas. Os pais devem dialogar abertamente com os filhos, em clima de amizade no convívio familiar, tentando não impor suas vontades, mas criando um ambiente flexível, ameno, conciliador e democrático.

O jovem deve ficar à vontade para tirar dúvidas e conversar sobre o que ocorre com seu corpo sem que sinta medo de ser diminuído ou ridicularizado. Além disso, ele necessita de privacidade, se não quiser falar, deve ser respeitado.

A escola é também peça fundamental nesse processo. Ela jamais deve reduzir o comportamento do adolescente à pura rebeldia, deve sim escutá-lo, integrá-lo e respeitá-lo, abrindo portas ao diálogo, apontando normas de conduta da instituição e do convívio civilizado, apontando o que há de positivo no comportamento do próprio jovem para que desta forma, possa auxiliar na busca pela identidade.

Exemplos de ajuda que os adultos podem dar neste momento, seriam no sentido de ajudá-lo a perceber os seus pontos fortes, as suas fraquezas, amizades; orientá-los quanto às mudanças físicas e emocionais, esclarecer questões como “liberdade” que tanto desejam, diferenciando de libertinagem, sugerir atividades que o mantenham ocupados, ajudar a refletir as influências negativas do meio (manipulações publicitárias, consumismo...), ouvir muito mais, ter compreensão, animá-los nas horas difíceis, observar e orientar para que não abdiquem das suas idéias ou princípios, aprender a exigir e a ceder em algumas coisas, ajudá-los a suportar as contrariedades que qualquer responsabilidade implica, lembrar também de que já fomos adolescentes incompreendidos e rebeldes e principalmente ajudá-los refletir sobre atitudes e comportamentos antes de tomá-los.

Observa-se muito que os adolescentes assim como os seus familiares estão, na maioria das vezes, desinformados sobre as mudanças que ocorrem nesta fase, gerando, na maioria das vezes, conflitos na relação e dificuldades na convivência. Cabe aos profissionais da área da Saúde preencher essas lacunas com informação, orientação e acolhimento. Em caso de dúvidas, procure um profissional habilitado!!!

Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ???

O Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) caracteriza-se, principalmente, pela disfunção em três áreas de funcionamento: sustentação da atenção, agitação excessiva e auto-regulação de Impulsos. Esses déficits comportamentais aparecem relativamente cedo na infância, antes dos sete anos de idade, e permanecem durante o seu crescimento, comprometendo o funcionamento dessas crianças no seu dia-a-dia e podendo causar sérios prejuízos no desenvolvimento psicossocial e acadêmico delas.
Existem 3 tipos de TDAH com ou sem comorbidades, quer dizer, com outros sintomas associados. São eles:

1- TDAH do tipo predominante desatento.

Sintomas principais: Desatenção que pode ser identificada pelos seguintes sintomas - dificuldade de prestar atenção a detalhes ou errar por descuido em atividades escolares e de trabalho; dificuldade para manter a atenção em tarefas e atividades lúdicas; parecer não escutar quando falam com ele; não seguir instruções e não terminar tarefas escolares, domésticas ou deveres profissionais; dificuldade em organizar tarefas e atividades; evitar ou relutar em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante (como tarefas escolares ou deveres de casa); perder coisas necessárias para realização de atividades; ser distraído por estímulos alheios à tarefa e apresentar esquecimentos em atividades diárias. Algumas crianças apresentam ainda, dificuldade de aprendizagem desde o início de sua vida escolar, devido ao déficit atencional.

2- TDAH do tipo Hiperativo/Impulsivo.

Sintomas principais da hiperatividade: Agitar mãos e pés ou se remexer na cadeira; abandonar sua cadeira em sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentado; correr ou escalar em demasia, em situações nas quais isto é inapropriado; dificuldade em brincar ou envolver-se silenciosamente em atividades de lazer; estar freqüentemente “à mil” ou muitas vezes agir como se estivesse “a todo vapor”; falar em demasia.

Sintomas da impulsividade: Freqüentemente responde de forma precipitada antes das perguntas terem sido concluídas; dificuldade em esperar a vez, freqüentemente interrompem ou se intrometem em assuntos de outros. Estas crianças têm dificuldade em lidar com a frustração, são imediatista, têm dificuldade para seguir regras e instruções, dificuldade para controlar seus impulsos, por isso apresentam altas taxas de impopularidade e de rejeição pelos colegas. Podem também apresentar dificuldade na aprendizagem nos primeiros anos de vida escolar, agressividade e imaturidade.

3- TDAH do tipo combinado.

Englobam todos os sintomas acima relatados: Déficit de atenção sustentada, hiperatividade e impulsividade.

TDAH X Escola


TDAH não é preguiça ou falta de esforço!!!

As principais dificuldades destas crianças na escola são:
• Dificuldade para filtrar distratores externos e internos: Têm facilidade para se distrair, seja com o que vê pela janela, alguém que passa pelo corredor, com o lápis do colega que cai no chão etc. Outra grande dificuldade dessa criança é controlar seu comportamento de ‘sonhar acordado’ (distrai-se com seus próprios pensamentos).
• Dificuldade em sustentar a atenção por tempo prolongado: É muito difícil para a criança portadora de TDAH prestar atenção em explicações longas e/ ou fixar atenção na leitura de parágrafos extensos. Sua atenção se desvia para outro foco em um curto espaço de tempo.
• Desorganização: Esquecem material a ser usado em sala de aula, há dificuldades para se organizar com datas, fazer anotações nos cadernos e agendas.
• Esquecem de algo que haviam estudado previamente: Isso ocorre porque a atenção era superficial enquanto estudavam e, assim, o material não é memorizado corretamente.

• Impulsividade: Não esperam o professor terminar a pergunta para respondê-la e dão respostas inadequadas ou incorretas, passam ao tópico seguinte sem terminar o anterior construindo anotações confusas ou inacabadas. Nas provas também não terminam de ler e já deduzem o que é para ser feito.


Para realizar o diagnóstico de TDAH, a criança e/ou adulto devem ser levados a um especialista que possa avaliar seu funcionamento cognitivo e comportamental. O diagnóstico é clínico e a forma de tratamento é estabelecida após a avaliação, assim como a orientação aos famíliares e à escola.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A importância da avaliação neuropsicológica em pacientes com Epilepsia

A Epilepsia é uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos. Durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se. Se ficarem restritos, a crise será chamada parcial; se envolverem os dois hemisférios cerebrais, generalizada. Por isso, algumas pessoas podem ter sintomas mais ou menos evidentes de epilepsia, não significando que o problema tenha menos importância se a crise for menos aparente. As crises podem também, ser derivadas de vários fatores: traumatismo crânio-encefálico; anomalias congênitas; por quedas ou no parto; doenças neurológicas (tumores, doenças degenerativas); e abuso de álcool e drogas, porém, existem casos onde a causa permanece indefinida. Existem fatores precipitadores de novas crises como fadiga, ruídos, e luzes piscantes. Quando uma pessoa apresenta uma crise única convulsiva ou evento epiléptico, sem que exista uma razão fisiológica, não se pode diagnosticá-la como epiléptica.

A epilepsia é uma síndrome que pode trazer alterações nas funções cognitivas, assim como alterações comportamentais. Os déficits apresentados podem ser ou não graves, por isso, a avaliação neuropsicológica é necessária.

Sendo assim, a Neuropsicologia, com suas ferramentas de estudo, visa compreender o desenvolvimento cognitivo, avaliando, por exemplo, as principais funções cognitivas associadas ao foco epiléptico, quando esse estiver determinado. A verificação dessas funções é importante tanto em crianças quanto em adultos. Nas crianças, os principais motivos que levam a uma avaliação neuropsicológica, são dificuldades de aprendizagem que aparecem como queixa da escola e dos familiares.

A avaliação neuropsicológica é considerada como uma das principais ferramentas para compreender o funcionamento cognitivo e buscar soluções para os possíveis déficits existentes. Quanto mais conhecimento sobre a relação das crises epilépticas e as funções cognitivas, melhor poderá ser realizado o diagnóstico, os procedimentos e o desenvolvimento do tratamento das crianças epilépticas.

A avaliação Neuropsicológica pode ser realizada para tratamento cirúrgico e medicamentoso. Os objetivos da avaliação neuropsicológica no contexto pré-operatório para cirurgia de epilepsia são:

1) Determinar o nível de funcionamento cognitivo deste indivíduo antes da cirurgia;

2) Sugerir localização e lateralização da disfunção;

3) Sugerir prognósticos de controle de crises após a cirurgia;

4) Realizar a reavaliação pós-cirúrgica para o acompanhamento da evolução do paciente, orientação educacional, profissional e reabilitação.

A Neuropsicologia realiza então, a análise das funções cognitivas como memória, linguagem, funcionamento intelectual, executivo, entre outos e avalia as mudanças e alterações de comportamento.

O Neuropsicólogo clínico escolhe suas técnicas baseado na sua experiência e treinamento específico, mas tem consciência que os testes não são absolutos, são apenas seus instrumentos. A interpretação dos resultados exige conhecimento mais abrangente dos aspectos afetivos e cognitivos assim como os fatores que podem interferir na execução de uma tarefa. Cada teste deve ser interpretado dentro de um contexto, pois nada substitui o raciocínio clínico.

Já em relação ao tratamento da epilepsia, os objetivos são os de diminuir ao máximo o número das crises epilépticas, promovendo assim a normalidade nas realizações das atividades de vida diária das pessoas e reduzir o uso prolongado da droga antiepiléptica. Muitas dessas drogas podem acarretar efeitos adversos, como sedação, sonolência, distúrbio de cognição, alterações do humor, cefaléia etc. Porém, esta função medicamentosa, é a do médico e não do neuropsicólogo.

A importância dos educadores terem conhecimento sobre as algumas doenças e suas conseqüências na educação deve ser ressaltada. No caso da epilepsia, o professor pode pensar que o mau rendimento do aluno refere-se às crises epilépticas; quando as dificuldades podem ser puramente emocionais. Variáveis ambientais podem interferir no comportamento dos pacientes/alunos e devem ser consideradas. A interferência do ambiente familiar, por exemplo, é relevante principalmente no modo de ação dos pais com relação às crianças epilépticas. Os pais muitas vezes não têm, assim como os professsores, conhecimento sobre epilepsia e acabam agindo com seus filhos de forma superprotetora e permissiva, fazendo com que eles fiquem inseguros e imaturos em seu desenvolvimento.

Não basta falar que a epilepsia pode trazer danos a memória das crianças, deve-se pensar em formas de auxiliar quem já vem apresentando déficits e formas de como intervir previamente para que existam formas compensatórias de evitar futuros agravamentos do quadro. Possíveis intervenções em crianças com epilepsia e problemas de memória:

• Informação: Os pais e professores devem receber uma explicação sobre as reais dificuldades de memória e aprendizagem da criança, além de alternativas para aprendizagem. Pais e professores devem, por exemplo, ter consciência de que a criança pode ou não lembrar-se de algumas coisas.

• A avaliação neuropsicológica da criança deverá dar base para educação desta criança, respeitando suas dificuldades e realçando as potencialidades.

• Utilização, em terapia, de mecanismos externos para auxiliar a memória (Diários, cadernos, agendas). Algumas crianças precisam de métodos combinados como auxílio de um relógio despertador e um caderno para que escreva tudo que precisará realizar durante o dia. Tudo com auxílio dos pais e professores.

• A criança deve utilizar suas próprias habilidades para trabalho das estratégias compensatórias e estratégias trabalhadas em terapia durante a reabilitação. As instruções dadas a ela devem ser diretas e simples.

• Treinamento das habilidades prejudicadas: que dependem da idade, capacidade intelectual, motivação e patologia subjacente. Para criar e treinar as estratégias, na maior parte das vezes, é necessário o auxílio de pais, professores, seguindo as orientações dos terapeutas.



terça-feira, 4 de maio de 2010

Doença de Alzheimer e Reabilitação: algumas informações importantes

O desenvolvimento de dificuldades progressivas com a memória durante o processo de envelhecimento tem sido interpretado de diferentes formas ao longo dos anos. O próprio Alois Alzheimer, ao descrever a doença que hoje recebe seu nome, sugeriu que o quadro demencial por ele observado representava uma “forma de envelhecimento acelerado”.

De fato, há várias evidências de que o desempenho intelectual do idoso normal apresenta discreta deterioração em tarefas que exigem maior velocidade e flexibilidade no processamento de informações.

A presença de sintomas depressivos e ansiosos parece ser uma importante fonte de vivência subjetiva de deterioração da memória não necessariamente considerada uma demência.

A demência ou o mal de Alzheimer é uma doença cerebral degenerativa primária, com aspectos neuropatológicos e neuroquímicos característicos, de início insidioso e desenvolvimento lento. Pode dar-se na meia idade ou até mais cedo (pré-senil), apesar de a maior incidência ocorrer em idade mais avançada. Quando o início dos sintomas aparece tardiamente, entre os 65 e 80 anos, são observados progressão lenta e comprometimento da memória como aspecto principal.
O diagnóstico de DA baseia-se no quadro clínico e na exclusão de outras causas de demência por meio de exames laboratoriais, sendo a avaliação neuropsicológica essencial para seu diagnóstico, já que avalia todo funcionamento cognitivo do indivíduo.

O quadro clínico da demência de Alzheimer caracteriza-se, de uma forma geral, por progressivo distúrbio da memória, associado a alterações na linguagem, nas habilidades atencionais, visuomotoras e visuoespaciais, além de alterações comportamentais. Muitas vezes, porém, dificuldades em estabelecer relações semânticas não são evidenciadas no início da doença.

Do ponto de vista clínico, a avaliação do grau de consciência da doença é relevante, pois a adesão ao tratamento e o desenvolvimento de intervenções não-medicamentosas, assim como de estratégias dirigidas ao aumento o bem-estar de pacientes e familiares, dependem em grande parte de quanto os pacientes reconhecem seu estado.

Após o diagnóstico, a reabilitação do paciente é imprescindível. Desta forma, a Reabilitação Neuropsicológica é um processo ativo que visa capacitar pessoas com déficits cognitivos causados por lesão ou doença, para que essas adquiram um bom nível de funcionamento social, físico e psíquico. Dessa maneira, a reabilitação implica maximizar funções cognitivas por meio do bem-estar psicológico, da habilidade em AVD e do relacionamento social, além de diminuir os déficits que ocasionam afastamento e isolamento social, dependência e discriminação.

Salienta-se ainda que foi descrito apenas  um panorama geral da doença, sendo importante a procura de profissionais especializados para detecção da problemática do paciente, orientação dos familiares e/ou encaminhamentos necessários.

Entre em contato conosco!!!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Um pouquinho de Psicopedagogia

A Psicopedagogia é o campo de atuação que lida com o processo de aprendizagem humana. Sua natureza é interdisciplinar, portanto, integra vários campos de conhecimentos para compreensão do ato de aprender, tais como Filosofia, Psicologia, Pedagogia, Sociologia, Neurologia, Psicolingüística, entre outras.

O Psicopedagogo não é um professor particular e sim um mediador do conhecimento, já que compreende os processos de desenvolvimento e aprendizagem humana, recorrendo à estratégias psicopedagógicas ou áreas diversas para tratar as dificuldades ou transtornos de Aprendizagem
Lidando tanto com o campo preventivo (estudar as condições evolutivas da aprendizagem, buscando caminhos para aprendizagem mais eficientes) quanto terapêutico (buscar obstáculos e causas para a problemática já instalada).

O trabalho psicopedagógico destina-se à crianças, adolescentes e adultos com problemas de aprendizagem, orientação escolar e aos pais e assessoria quanto as questões voltadas a aprendizagem como cursos, palestras ou orientações na metodologia e ensino.

Processo de avaliação psicopedagógica

Etapas do Processo Psicopedagógico:

- Avaliação: tem finalidade de investigar e pesquisar quais obstáculos que levam o indivíduo a não aprender, aprender com lentidão e/ou com dificuldade. Avalia-se habilidades acadêmicas, psicomotoras, perfil cognitivo, emocional, humor e comportamento com testes específicos com a criança, escola e família, observações lúdicas e comportamentais, entre outras.


- Diagnóstico: busca observar a produção do indivíduo em avaliação. Há uma compreensão global da sua forma de aprender e dos desvios que ocorrem. Habilidades e dificuldades são apresentadas e hipóteses são formuladas.


- Devolutiva: encontro entre sujeito, terapeuta e família visando relatar os resultados obtidos durante a avaliação e seus devidos encaminhamentos.

- Intervenção: É o tratamento em si e/ou as orientações necessárias.

Artigo completo no site: http://www.clinicasociale.com.br

terça-feira, 13 de abril de 2010

O que é Dislexia???

“ A Dislexia é um distúrbio específico de linguagem, constitucional (neurológico), de origem genética, caracterizado pela dificuldade de decodificar palavras simples, resultando em problemas como dificuldade de leitura e de aquisição de linguagem, além de falhas na capacidade de ler e soletrar” (Associação Internacional de Dislexia)

Desde 1960 até dias atuais, a Dislexia vem sendo descrita com as seguintes características:

  1. Inteligência dentro da normalidade;

  2. Ausência de deficiências cognitivas, sensoriais e motoras;

  3. Presença de fatores neurobiológicos;

  4. Presença de histórico familiar;

  5. Presença de alterações em habilidades cognitivas que comprometam a atenção, memória e percepção;

  6. Ambiente sociocultural e escolar adequado;

  7. Persistência dos sintomas da infância até idade adulta.


    Tipos:

    - Dislexia de desenvolvimento/ primária/ específica: quando o fracasso na aquisição da completa competência na leitura/escrita é de origem constitucional.

    - Dislexia adquirida/ sintomática: quando as habilidades de leitura/escrita, já normalmente desenvolvidas, são perdidas como resultado de uma lesão cerebral

    Classificação atual das Dislexias:

    **DISLEXIA FONOLÓGICA OU DISFONÉTICA
    - Comprometimento da rota fonológica;
    - Dificuldade na leitura oral das palavras pouco familiares e pseudopalavras;
    - Dificuldade de memória de curto prazo fonológica e consciência fonológica;
    - Dificuldade de precisão no reconhecimento da palavra;
    - Tipos de trocas principais: Trocas letras surdas/sonoras, arquifonemas (ar,an, al), grupos consonantais, vogais e nasais, Omissões de letras;
    - Dificuldade e erros em ditados;


    ** DISLEXIA DISEIDÉTICA OU SUPERFICIAL
    - Comprometimento da rota lexical/ortográfica;
    - Dificuldade na leitura devido a problema de ordem visual (dificuldade para perceber a palavra como um todo);
    - Apresentam omissões, inversões, aglutinações, trocas espaciais –b/d, p/q, confusões na leitura (esguia/estria)
    - Vão pior na leitura de palavras irregulares (Tóxico por “tóchico”)- já que realizam leitura fonológica;


    ** DISLEXIA MISTA
    - Comprometimento nas duas rotas;


  • Fiquem alertas se a criança apresentar alguns desses sintomas descritos a seguir na Pré -Escola. Isso não significa necessariamente dislexia, mas pede atenção:

 - Dispersão;

- Fraco desenvolvimento da atenção;

- Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem;

- Dificuldade em aprender rimas e canções;

- Fraco desenvolvimento da coordenação motora;

- Dificuldade com quebra cabeça;

- Falta de interesse por livros impressos;




  • Já se na Idade Escolar, a criança continua apresentando alguns ou vários dos sintomas a seguir, é necessário um diagnóstico e acompanhamento adequado:
- Pobre conhecimento de rima (sons iguais no final das palavras) e aliteração (sons iguais no início das palavras);

- Desatenção e dispersão;

- Dificuldade em copiar de livros e da lousa;

- Dificuldade na coordenação motora fina (desenhos, pintura) e/ou grossa (ginástica,dança,etc.);

- Desorganização geral, podemos citar os constantes atrasos na entrega de trabalhos escolares e perda de materiais escolares;

- Confusão entre esquerda e direita;

- Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas, etc...

- Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou sentenças longas e vagas;

- Dificuldade na memória de curto prazo, como instruções, recados, etc...

- Dificuldades em decorar seqüências, como meses do ano, alfabeto, tabuada, etc..

- Dificuldade na matemática e desenho geométrico;

- Dificuldade em nomear objetos e pessoas (disnomias)

- Troca de letras na escrita;

- Dificuldade na aprendizagem de uma segunda língua;

- Problemas de conduta como: depressão, timidez excessiva ou o ‘’palhaço’’ da turma;

- Bom desempenho em provas orais.

 
Se um adulto não teve um acompanhamento adequado na fase escolar ou pré-escolar, poderá apresentar dificuldades na leitura e escrita e até mesmo dislexia...

 
Por isso, em caso de dúvidas, procure um especialista.
Nosso telefone está disponibilizado neste Blog. É só ligar e tirar suas dúvidas!!!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

A Terapia Cognitiva utiliza o conceito da estrutura “biopsicossocial” na determinação e compreensão dos fenômenos relativos à psicologia humana, no entanto constitui-se como uma abordagem que focaliza o trabalho sobre os fatores cognitivos da psicopatologia. Leva em conta a influência do pensamento sobre o afeto, o comportamento, a biologia e o ambiente.

Nesta abordagem terapêutica, os indivíduos atribuem significado a acontecimentos, pessoas, sentimentos e demais aspectos de sua vida. Com base nisso, comportam-se de determinada maneira e constroem diferentes hipóteses sobre o futuro e sobre sua própria identidade. Em alguns momentos a resposta habitual pode ser uma característica geral dos indivíduos dentro de determinada cultura, em outros momentos estas respostas podem ser disfuncionais e derivadas de experiências particulares e peculiares a um indivíduo. Desta forma, o objetivo da Terapia é trabalhar a natureza de conceitos (resultados de processos cognitivos) envolvidos em determinada psicopatologia que adquirem respostas mal adaptadas ou disfuncionais do indivíduo, fornecendo estratégias capazes de corrigir estes conceitos disfuncionais. Os sistemas de crenças pessoais são testados com relação à suas conseqüências e funcionalidade para a vida do paciente dentro de contextos específicos.

O processo terapêutico, leva principalmente em conta as interpretações que cada um dá a si e aos acontecimentos para tentar entender e modificar suas emoções e seu modo de agir, esses são seus pilares centrais. O terapeuta irá ajudá-lo a entender esses problemas e a desenvolver maneiras de lidar com eles.

Algumas das razões comuns para fazer psicoterapia são:

- querer fazer mudanças positivas em sua vida;
- dificuldades com relacionamentos;
- desequilíbrio na vida conjugal, familiar, escolar, no trabalho;
- desenvolvimento pessoal;
- problemas de comunicação;
- trauma por sequestro, assalto, estupro;
- ansiedade;
- pânico;
- estresse;
- sintomas depressivos;
- luto;
- transtornos alimentares;
- falta de confiança em si e baixa auto-estima;
- excesso de ciúmes nas relações;
- TOC;
- falta do motivação;
- desajustes comportamentais em adolescentes;
- problemas de identidade e personalidade...

terça-feira, 23 de março de 2010

A importância da Psicomotricidade na aprendizagem infantil


A Psicomotricidade auxilia e capacita a criança a uma melhor assimilação das aprendizagens escolares, auxilia o indivíduo a se auto-descobrir através de inúmeras experiências corporais que vivencia, se caracteriza por uma educação que se utiliza do movimento para atingir outras aquisições mais elaboradas, como as intelectuais e auxilia a criança a superar possíveis dificuldades sejam elas escolares, motoras ou emocionais...


A Educação Psicomotora se coloca no sentido de uma educação que não se restringe apenas ao saber escolar ou ao aperfeiçoamento específico da motricidade, mas também à formação da personalidade, à sua expressão e organização através das atividades humanas de relação, realização e criação. Ainda compreende a educação do ser humano nos seus aspectos corporais, motores, emocionais, intelectuais e sociais.  É uma condição necessária para a aprendizagem, pois leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, do espaço, tempo e a ajuda a adquirir coordenação motora fina e global. Além disso, é através da motricidade que o indivíduo passa a ter contato com o mundo dos demais seres vivos e dos objetos, e estabelece os primeiros contatos com a linguagem socializada. Desta forma, é bastante importante no meio escolar e é coadjuvante das aprendizagens escolares.

Através da estimulação de pacientes  objetivando um desenvolvimento psicomotor, desenvolve-se consciência dos movimentos corporais integrados com sua emoção e expressos por esses movimentos. A fase importante para trabalhar com todos os aspectos do desenvolvimento (motor, intelectual e sócio-emocional) é na faixa que compreende o nascimento até completar 8 anos, pois é principalmente neste período que se processa a maturação do Sistema Nervoso Central.

Acredita-se que para a criança iniciar a alfabetização, os aspectos psicomotores necessitam ser trabalhados, já que são noções fundamentais para autonomia e independência da criança. São eles:

- Imagem corporal,
- Lateralidade,
- Orientação direita-esquerda,
- Ritmo,
- Orientação espacial,
- Orientação temporal,
- Análise-síntese visual e auditiva,
- Habilidades mentais específicas,
- Habilidades visuais e auditivas,
- Memória cinéstesica,
- Coordenação motora global, fina e viso-motora,
- Postura, tônus muscular e equilíbrio
- Linguagem oral.

O trabalho do Psicopedagogo/Psicomotricista, não deve visar apenas os problemas psicomotores e afetivos e sim a criança como um todo, compreendendo-a em sua multidimensionalidade psíquica, corporal e social, propondo-se a superar as dicotomias corpo-mente, indivíduo-sociedade e razão-emoção.