segunda-feira, 5 de julho de 2010

Compreendendo a Adolescência

Devido às alterações hormonais, a adolescência é o período da vida do indivíduo em que ocorrem transformações corporais mais aparentes tanto na menina (menstruação, o aumento dos pelos pubianos, crescimento dos seios) quanto no menino (alteração da tonalidade da voz, o aumento dos pelos pubianos) e não são só essas transformações que afetam a vida da família e dos adolescentes, há ainda o lado emocional. Os adolescentes normalmente têm oscilações de sentimentos como ódio e amor, buscam por identificação, necessitando cada vez menos da ajuda dos adultos (o que frustra muitas vezes os pais). Há ainda a questão da cobrança de maior responsabilidade no meio social e familiar; como a escolha profissional, as tentativas de lidar com os sentimentos em relação ao sexo oposto, a vontade de conhecer intensamente o mundo, a instabilidade emocional, a implicância, a contestação diante de fatos da vida e principalmente o sentimento de não saber se ainda é criança ou adulto, já que muitas vezes o tratam como crianças e o cobram como adultos.
Diante de um corpo em mutação, os adolescentes precisam construir uma nova identidade e afirmar seu lugar no mundo. Desta forma, por trás de manifestações tão distintas quanto rebeldia ou isolamento, há inúmeros processos psicológicos para organizar um turbilhão de sensações e sentimentos. A adolescência é como um renascimento, marcado, dessa vez, pela revisão de tudo que foi vivido na infância. É como um ajuste de sentimentos. É na puberdade que o jovem reconstrói seu universo interno e cria relações com o mundo externo.

Os pais estranham muitas vezes e até ficam magoados, sentindo não fazer mais parte da vida de seus filhos, já que os adolescentes tendem a se afastaram um pouco e às vezes muito deles. Isso também é algo normal, já que os adolescentes procuram identificação com outros modelos que não os pais (que foram modelo em toda sua infância). Agora eles necessitam mudar, já que seu corpo e mente também mudaram. Normalmente os adolescentes buscam grupos de amigos que tenham os mesmos interesses, os mesmos gostos e desejos. A identificação poderá ser positiva para o adolescente, trazer crescimento e estruturação interna, mas também pode ser negativa, sobretudo quando a relação com o grupo é de grande dependência. No final da adolescência o jovem obtém uma identidade realizada e ele será capaz de sentir perceber-se como ser total. É de extrema importância que desde a infância, estes adolescentes tenham sido orientados quanto a posturas e comportamentos adequados para que neste período as coisas não “saiam do normal”. Questões como drogas, relacionamento, sexo, regras sociais, entre outras, devem ser abordadas. Os pais devem dialogar abertamente com os filhos, em clima de amizade no convívio familiar, tentando não impor suas vontades, mas criando um ambiente flexível, ameno, conciliador e democrático.

O jovem deve ficar à vontade para tirar dúvidas e conversar sobre o que ocorre com seu corpo sem que sinta medo de ser diminuído ou ridicularizado. Além disso, ele necessita de privacidade, se não quiser falar, deve ser respeitado.

A escola é também peça fundamental nesse processo. Ela jamais deve reduzir o comportamento do adolescente à pura rebeldia, deve sim escutá-lo, integrá-lo e respeitá-lo, abrindo portas ao diálogo, apontando normas de conduta da instituição e do convívio civilizado, apontando o que há de positivo no comportamento do próprio jovem para que desta forma, possa auxiliar na busca pela identidade.

Exemplos de ajuda que os adultos podem dar neste momento, seriam no sentido de ajudá-lo a perceber os seus pontos fortes, as suas fraquezas, amizades; orientá-los quanto às mudanças físicas e emocionais, esclarecer questões como “liberdade” que tanto desejam, diferenciando de libertinagem, sugerir atividades que o mantenham ocupados, ajudar a refletir as influências negativas do meio (manipulações publicitárias, consumismo...), ouvir muito mais, ter compreensão, animá-los nas horas difíceis, observar e orientar para que não abdiquem das suas idéias ou princípios, aprender a exigir e a ceder em algumas coisas, ajudá-los a suportar as contrariedades que qualquer responsabilidade implica, lembrar também de que já fomos adolescentes incompreendidos e rebeldes e principalmente ajudá-los refletir sobre atitudes e comportamentos antes de tomá-los.

Observa-se muito que os adolescentes assim como os seus familiares estão, na maioria das vezes, desinformados sobre as mudanças que ocorrem nesta fase, gerando, na maioria das vezes, conflitos na relação e dificuldades na convivência. Cabe aos profissionais da área da Saúde preencher essas lacunas com informação, orientação e acolhimento. Em caso de dúvidas, procure um profissional habilitado!!!

Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ???

O Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) caracteriza-se, principalmente, pela disfunção em três áreas de funcionamento: sustentação da atenção, agitação excessiva e auto-regulação de Impulsos. Esses déficits comportamentais aparecem relativamente cedo na infância, antes dos sete anos de idade, e permanecem durante o seu crescimento, comprometendo o funcionamento dessas crianças no seu dia-a-dia e podendo causar sérios prejuízos no desenvolvimento psicossocial e acadêmico delas.
Existem 3 tipos de TDAH com ou sem comorbidades, quer dizer, com outros sintomas associados. São eles:

1- TDAH do tipo predominante desatento.

Sintomas principais: Desatenção que pode ser identificada pelos seguintes sintomas - dificuldade de prestar atenção a detalhes ou errar por descuido em atividades escolares e de trabalho; dificuldade para manter a atenção em tarefas e atividades lúdicas; parecer não escutar quando falam com ele; não seguir instruções e não terminar tarefas escolares, domésticas ou deveres profissionais; dificuldade em organizar tarefas e atividades; evitar ou relutar em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante (como tarefas escolares ou deveres de casa); perder coisas necessárias para realização de atividades; ser distraído por estímulos alheios à tarefa e apresentar esquecimentos em atividades diárias. Algumas crianças apresentam ainda, dificuldade de aprendizagem desde o início de sua vida escolar, devido ao déficit atencional.

2- TDAH do tipo Hiperativo/Impulsivo.

Sintomas principais da hiperatividade: Agitar mãos e pés ou se remexer na cadeira; abandonar sua cadeira em sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentado; correr ou escalar em demasia, em situações nas quais isto é inapropriado; dificuldade em brincar ou envolver-se silenciosamente em atividades de lazer; estar freqüentemente “à mil” ou muitas vezes agir como se estivesse “a todo vapor”; falar em demasia.

Sintomas da impulsividade: Freqüentemente responde de forma precipitada antes das perguntas terem sido concluídas; dificuldade em esperar a vez, freqüentemente interrompem ou se intrometem em assuntos de outros. Estas crianças têm dificuldade em lidar com a frustração, são imediatista, têm dificuldade para seguir regras e instruções, dificuldade para controlar seus impulsos, por isso apresentam altas taxas de impopularidade e de rejeição pelos colegas. Podem também apresentar dificuldade na aprendizagem nos primeiros anos de vida escolar, agressividade e imaturidade.

3- TDAH do tipo combinado.

Englobam todos os sintomas acima relatados: Déficit de atenção sustentada, hiperatividade e impulsividade.

TDAH X Escola


TDAH não é preguiça ou falta de esforço!!!

As principais dificuldades destas crianças na escola são:
• Dificuldade para filtrar distratores externos e internos: Têm facilidade para se distrair, seja com o que vê pela janela, alguém que passa pelo corredor, com o lápis do colega que cai no chão etc. Outra grande dificuldade dessa criança é controlar seu comportamento de ‘sonhar acordado’ (distrai-se com seus próprios pensamentos).
• Dificuldade em sustentar a atenção por tempo prolongado: É muito difícil para a criança portadora de TDAH prestar atenção em explicações longas e/ ou fixar atenção na leitura de parágrafos extensos. Sua atenção se desvia para outro foco em um curto espaço de tempo.
• Desorganização: Esquecem material a ser usado em sala de aula, há dificuldades para se organizar com datas, fazer anotações nos cadernos e agendas.
• Esquecem de algo que haviam estudado previamente: Isso ocorre porque a atenção era superficial enquanto estudavam e, assim, o material não é memorizado corretamente.

• Impulsividade: Não esperam o professor terminar a pergunta para respondê-la e dão respostas inadequadas ou incorretas, passam ao tópico seguinte sem terminar o anterior construindo anotações confusas ou inacabadas. Nas provas também não terminam de ler e já deduzem o que é para ser feito.


Para realizar o diagnóstico de TDAH, a criança e/ou adulto devem ser levados a um especialista que possa avaliar seu funcionamento cognitivo e comportamental. O diagnóstico é clínico e a forma de tratamento é estabelecida após a avaliação, assim como a orientação aos famíliares e à escola.