terça-feira, 22 de maio de 2012

Tempo extra e acompanhantes para Disléxicos em Vestibulares

A DISLEXIA é um distúrbio de aprendizagem com alterações neurobiológicas na forma como o cérebro processa a informação linguística e que se manifesta por alterações no domínio do processamento fonológico e  em outros domínios psicolinguísticos e neuropsicológicos alque conduz a um conjunto significativo de alterações na leitura e escrita.

O disléxico normalmente: 

Demora para se alfabetizar e mesmo adulto, lê com erros;

Confunde letras e números de formato parecido (b, p e d, por exemplo);

Escreve com dificuldade, omite ou inverte letras ou palavras;

Tem problemas de memória e concentração;

Vê dificuldade em conceitos abstratos;

Confunde esquerda e direita e se perde;

Tem dificuldade com línguas estrangeiras.

Em artigo escrito por Bruno Aragaki, há informações de que para compensar as dificuldades dos Disléxicos no momento do vestibular, muitos lugares, oferecem condições especiais de exame como tempo extra para responder às questões.




“Não é justo que o candidato esteja bem preparado, domine o assunto, mas não consiga fazer a prova por ter dificuldade para preencher o gabarito”, diz Maria Angela Nico, coordenadora científica da Associação Brasileira de Dislexia.


Ela explica que para os portadores do distúrbio encontram dificuldades para realizar tarefas que, para os outros, são simples. “O candidato pode saber tudo de história, mas não conseguir pôr no papel.”, explica. 

Para Maria Angela, escolas e universidades deveriam aplicar avaliações alternativas aos candidatos – o que não significam provas mais fáceis. “Eles podem realizar exames orais, por exemplo. O disléxico compreende perfeitamente bem, a dificuldade é com a escrita”, explica.

Aprovado no vestibular da Universidade de Brasília (UnB) na quarta tentativa, Darby Lima, diagnosticado com dislexia, conta que “embaralha” letras e números. “Queria escrever 41 e acabava escrevendo 4i, por exemplo”, diz.

Para esses candidatos, os principais vestibulares do país oferecem condições especiais na prova. Na Fuvest, que seleciona alunos para a Universidade de São Paulo (USP), os candidatos disléxicos têm 20% a mais de tempo extra para realizar a prova.


Nos vestibulares da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), além do tempo extra os candidatos têm ajuda de profissional capacitado para ler o exame ou transcrever as respostas – o vestibulando dita, o auxiliar escreve.

Na Universidade de Brasília (UnB), essas condições não se limitam ao vestibular. Programa de apoio ao portador de necessidades especiais garante aos estudantes com dislexia auxílio nas provas e trabalhos durante toda a graduação.

É preciso se informar das condições especiais de exame já no ato de inscrição. As instituições pedem laudos médicos com o diagnóstico da dislexia para conceder os benefícios. Associações de apoio ao disléxico fazem os exames de maneira gratuita para pessoas de baixa renda.


Fonte:   02/04/2010 - Bruno Aragaki - Site: Guia do Estudante

terça-feira, 20 de março de 2012

Memória x Aprendizagem

Como se forma a memória? A informação captada transita pelos neurônios, células nervosas semelhantes a árvores sem folhas: os galhos seriam os dentritos; o tronco, o axônio; e as raízes, os terminais pré-sinápticos. Eles criam emaranhados de caminhos que se orientam em diversas direções. Quando os galhos de uma célula se encontram com as raízes de outra, forma-se uma sinapse, local de comunicação entre os neurônios e unidade elementar de armazenamento da memória. Lá acontece a síntese de proteínas, as trocas elétricas e a ativação de genes que provocam o armazenamento da informação. Quanto mais conexões, mais memória. Cada neurônio pode se comunicar com até outros mil. Como o ser humano tem de 10 bilhões a 100 bilhões dessas células, é possível haver até 100 trilhões de conexões sinápticas.  


Já na escola, memorizar foi sinônimo de decorar nomes, datas e fórmulas que seriam exigidos nas provas, nas chamadas e nos testes. Com base nos estudos sobre o processo de aprendizagem da criança, porém, concluiu-se que a decoreba era inimiga da educação. E a memória, confundida com repetição, foi posta de castigo.

Um grande erro. A memória é a base de todo o saber - e, por que não dizer, de toda a existência humana, desde o nascimento. Como tal, deve ser trabalhada e estimulada. 

Nos últimos 20 anos, a neurociência avançou muito nas descobertas sobre o funcionamento do cérebro. Hoje se sabe o que acontece quando ele está captando, analisando e transformando estímulos em conhecimento e o que ocorre nas células nervosas quando elas são requisitadas a se lembrar do que já foi aprendido. "Com isso o professor pode aprimorar suas estratégias de ensino", diz o neuropsiquiatra Everton Sougey, coordenador do curso de pós-graduação em Neuropsicologia da Universidade Federal de Pernambuco. Estão provadas, por exemplo, as vantagens de estabelecer ligações com o conhecimento prévio do aluno ao introduzir um novo assunto e de trabalhar também a emoção em sala de aula. O cérebro responde positivamente a essas situações, ajudando a fixar não somente fatos, mas também conceitos e procedimentos.

Quando assiste a uma aula, o estudante recebe informações de todo tipo, tanto visuais como auditivas. Elas se transformam em estímulos para o cérebro e circulam pelo córtex cerebral antes de serem arquivadas ou descartadas. Sempre que encontram um arquivo já formado (o tal conhecimento prévio), arrumam um "gancho" para o seu armazenamento, fazendo com que, no futuro, ela seja resgatada mais facilmente. "É como se o recém-chegado fosse morar em uma nova casa, mas em rua conhecida", ilustra Elvira Lima. Quando essa informação é resgatada da memória, trilha os mais variados caminhos. Se eles já tiverem sido percorridos anteriormente, a recuperação de conhecimentos será simples e rápida. O que não tem nada a ver com decoreba.

O professor deve oferecer formas de conexões para que o estudante aprenda um conteúdo fazendo referência aos arquivos já formados para abrigar a nova informação;  usando abordagens diferentes e estimulando outros sentidos. É importante investigar os conhecimentos prévios da turma e recordar conteúdos de aulas anteriores, para formar os "ganchos" e dispor de diferentes estratégias de ensino. 


Trechos tirados do site: http://educarparacrescer.abril.com.br 

quinta-feira, 1 de março de 2012

Alzheimer revertido pela primeira vez

Pela primeira vez, foi revertida a doença de Alzheimer em pacientes com a doença há mais de um ano. Os cientistas usaram a técnica de estimulação cerebral profunda, que usa elétrodos para aplicar pulsos de eletricidade diretamente no cérebro. Investigadores canadianos, da Universidade de Toronto, liderados por Andres Lozano, aplicaram estimulação cerebral profunda em seis pacientes.

Em dois destes pacientes, a deterioração da área do cérebro associada à memória não só parou de encolher como voltou a crescer.
Nos outros quatro, foi parado o processo de deterioração.
Nos portadores de Alzheimer, a região do cérebro conhecida como hipocampo é uma das primeiras a encolher.
O centro de memória funciona no hipocampo, convertendo as memórias de curto prazo em memórias de longo prazo.
Desta feita, a degradação do hipocampo revela alguns dos primeiros sintomas da doença, como a perda de memória e a desorientação.
Durante a investigação, a equipe de cientistas canadianos instalou os dispositivos no cérebro de seis pessoas que tinham sido diagnosticadas com Alzheimer, há, pelo menos, um ano.
Foram colocados elétrodos perto do fórnix, conjunto de neurônios que carregam sinais para o hipocampo, aplicando, depois, pequenos impulsos elétricos, 130 vezes por segundo.
Após 12 meses de estimulação, um dos pacientes teve um aumento do hipotálamo de 5% e, outro, 8%.
Esta descoberta pode levar a novos caminhos para tratamentos de Alzheimer, uma vez que é a primeira vez que foi revertida a doença.
Os cientistas têm, contudo, ainda de conhecer mais sobre o modo como a estimulação funciona no cérebro.

 Veja como o Alzheimer age no cerebro