quinta-feira, 7 de abril de 2011

A difícil arte das mães que trabalham

Se você é mãe, é bem provável que tenha pensado, pelo menos uma vez, se deveria mesmo voltar ao trabalho após o nascimento de seu filho. De fato, deixar a criança não é nada fácil. Mas para muitas mulheres, largar o emprego para cuidar do filho não é uma opção viável financeiramente; outras não gostariam de deixar a vida profissional de lado. Diante desse dilema, é cada vez mais comum encontrarmos mães que trabalham em casa ou fazem dupla/tripla jornada.


Uma pesquisa realizada por Cecília Russo Troiano revela o impacto na vida dos filhos quando a mãe não abre mão de trabalhar fora de casa:
- As crianças hoje encaram com naturalidade o fato de ambos os pais trabalharem:

A afirmação "acho natural minha mãe trabalhar fora" é dita por 91% das entrevistadas. Vários sentimentos estão envolvidos na relação com ambos os pais: a saudade e a falta de tempo são alguns deles. Mas todos concordam que não dá para viver sem os frutos do trabalho e têm ampla consciência de que, quanto mais bem-sucedidos os pais, maiores os benefícios para si (boas escolas, brinquedos, viagens, lazer), segundo 68% dos filhos.

- Questionados sobre porque o pai e a mãe trabalham, o repertório de explicações apontam, em primeiro lugar, para ganhar dinheiro, em segundo lugar, para dar uma vida melhor à família, depois para comprar coisas para os filhos e, em quarto lugar, porque eles gostam.

- Amiga e carinhosa são atributos clássicos associados às mães e os que encabeçam a lista na hora dos jovens definirem suas mães, mas trabalhadora é o primeiro adjetivo citado, com 55% de menções, mas também as consideram menos protetora e mais inteligente do que os filhos das que não trabalham fora de casa.

-Todos, sem exceção, elegeram uma imagem da mulher na cozinha como representativa da mãe - ou seja, trabalhe ou não fora, ela ainda é responsável por alimentar a família.

- O modelo tradicional de paternidade, o do provedor, ainda é a imagem mais forte na mente dos filhos: 64% apontam essa característica para definir o pai, mas depois de trabalhador, a segunda palavra associada aos pais é brincalhão (40%), o que mostra que os homens têm mais tempo e disposição mental para viver momentos de lazer com sua prole. Na hora de escolher imagens que representem o pai, as crianças escolheram várias associadas ao mundo profissional, mas uma das campeãs foi a do pai relaxando, sem fazer nada!

- Muitos filhos não sabem qual é exatamente o trabalho dos pais. Curiosamente, as meninas sabem mais do que os meninos. Em geral, os filhos sabem mais sobre o trabalho da mãe do que dos pais. Provavelmente, as mães justificam mais a sua ausência e dão mais detalhes sobre os motivos de estar fora de casa. Pode ainda existir o estilo de pai mais fechado, que divide pouco os assuntos profissionais com a família.

- As crianças se adaptam ao que vivenciam. Prova disso é que, quase na mesma intensidade, os filhos estão satisfeitos com a opção da mãe de não trabalhar ou de trabalhar fora. Em ambos os casos, 75% aprova a decisão da mãe, seja ela qual for

- Em um termômetro medindo a felicidade dos filhos (de 13 a 22 anos), a nota média dada por eles mesmos foi de 8,5, sejam filhos de mães que trabalham fora ou mães em período integral.


Enfim, o que normalmente acontece é a criança ver a mãe rapidamente pela manhã e depois só à noite, após o trabalho. Nesse intervalo, bate uma saudade e até uma pontinha de ciúmes da babá ou da professora da escola. Veja algumas dicas da Revista Crescer para se manter bem próxima do seu filho, mesmo quando você não está em casa:

- Ligue para ele: Um estudo da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, mostrou que o cérebro da criança reage da mesma maneira – liberando ocitocina, o hormônio do bem-estar – com o contato físico ou com um telefonema da mãe.

- Faça uma gravação: Pode ser lendo uma história, cantando uma música ou apenas mandando um recado para dizer que está com saudades. Dessa forma, seu filho vai poder ouvir a sua voz sempre que quiser.

- Converse com uma câmera pela internet: Se você trabalha em um escritório, verifique se é possível instalar um programa de conversa instantânea com uma webcam para falar e ver seu filho ao mesmo tempo. Você pode reservar 15 minutos do horário do seu almoço para conversar com ele.
- Deixe seu filho brincar com um objeto seu: Pode ser uma peça de roupa, com o seu perfume, seus colares ou qualquer outro objeto que lembre você e possa divertí-lo.

- Coloque uma foto sua na lancheira: Se for do fim de semana, melhor ainda e se ele já souber ler, você pode escrever um bilhete com uma mensagem carinhosa.


Lembre-se que daqui a alguns anos esses bebês vão reivindicar independência e desenvolver seus próprios interesses. Eles vão se orgulhar da mãe e de suas realizações, vão também se espelhar nisso. É importante a mulher agir, consciente dessa evolução, sempre considerando os dois lados da relação mãe e filho para fazer a melhor escolha para ambos.

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